terça-feira, 26 de outubro de 2010

Projeto Dom Orione distancia crianças e adolescentes das áreas de risco

“Ontem mesmo deu tiroteio na frente da minha casa e eu vi o policial matando um homem. Eu sinto muito medo”, afirma o garoto de 13 anos, Fernando. Essa é a lamentável realidade de quem mora nas proximidades do bairro Capoeiras, divisa com a Comunidade Monte Cristo, no município de Florianópolis. Higor conta, com um olhar cabisbaixo, que é comum presenciar, quase diariamente, diversos assaltos e tiroteios nesse bairro, onde vive desde que nasceu.
Má distribuição de renda, desigualdade e exclusão social são problemas decorrentes, principalmente, das áreas de risco da capital. O Centro Educacional Dom Orione, localizado em Capoeiras, visa construir e manter projetos para amenizar essas carências sociais através da garantia da promoção humana e da cidadania, sem fins econômicos. As áreas de risco que a ONG protege são os bairros de Capoeiras, Abraão, Itaguaçu, Monte Cristo e comunidades de Chico Mendes, Morro do Flamengo, Vila São João e adjacências.
O projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Florianópolis, que disponibiliza dois professores arrendados de ensino fundamental: um educador para ensinar letras e literatura para auxiliar os alunos nas atividades escolares e outro profissional responsável pela educação física, que organiza jogos desportivos e atividades recreativas. Além dessas disciplinas, artes cênicas é outra disciplina de caráter obrigatório, ou seja, fundamental para a formação do indivíduo, ministrada por um professor, que trabalha oito horas semanais, remunerado pela instituição.
Além dessas disciplinas, as crianças podem optar por praticar outras atividades extracurriculares como: curso de culinária, xadrez, crochê, artesanato, dança, capoeira, perna-de-pau, boi de mamão, artes de rua e informática.
Luíz  tem 11 anos e mora no Morro do Flamengo, localidade com alto índice de tráfico de drogas e prostituição. A mãe, Saraí Carvalho, é faxineira e precisa do apoio do Centro Educacional para cuidar de seus três filhos enquanto trabalha. Everton anima-se ao dizer: “desde que entrei para o grupo, aos 7 anos, aprendi informática e a gingar capoeira”. Além de praticar esportes e adquirir novos conhecimentos, o menino observa que diversas vezes faltou comida em casa e necessitou recorrer à ONG para saciar a fome.

OBS.: Os nomes são fictícios em razão de proteger a imagem das crianças.

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